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ENTREVISTA COM MANUELA SERRA POR (O MOVIMENTO DAS COISAS )

 

Estudió cine en el Institut des Arts et Diffusion (IAD), en Bruselas, de 1971 a 1974. Trabajó como ayudante de montaje, sobre todo con el material de archivo, para la película Deus, Pátria, Autoridade. Fue cofundadora de la Cooperativa de Cine VIRVER, en la que trabajó como guionista, productora y editora. Para entonces, ya había trabajado como productora y ayudante de dirección en varios mediometrajes y en la película de Rui Simões Bom Povo Português. Entre 1979 y 1985, produjo, dirigió y escribió el guion de su primera obra, O Movimento das Coisas. En 1990, empezó a escribir el guion de una segunda película, Ondas, Ondulaçoes u O Movimento das Ondas, que nunca llegó a ser rodada.


- Hay dos cosas que me han llamado la atención de O Movimento das Coisas y han sido: Ese comienzo y ese final circular, en donde la película empieza y termina en el agua. ¿Cómo surgió esta idea?, ¿tenías en mente empezar y terminar la película en el mismo sitio, en el agua? 

Por otra parte, creo que ese inicio y ese final tienen mucho que ver de vida y muerte (como es el entierro al que el espectador es testigo antes de volver a la imagen del agua y del río ¿Quisiste hacer este homenaje o este guiño de manera metafórica a la vida y la muerte?


Há duas coisas que me chamaram a atenção n’O Movimento das Coisa e foram: O começo e o fim circular, onde o filme começa e termina na água. Como surgiu essa ideia? Tinha em mente começar e terminar o filme no mesmo sítio, na água?

Por outro lado, acho que o início e o fim têm muito a ver com a vida e a morte (como o enterro que o espectador presencia antes de voltar à imagem da água e do rio. Quis fazer essa homenagem a este piscar de forma metafórica à vida e à morte?


A forma circular é muito comum no cinema, é uma tentação, porque a própria existência é circu- lar. Além disso, a água é o começo da vida, dos seres e da aldeia, daí a panorâmica e o zoom para a aldeia e torre da igreja, etc… No final do filme a água que corre e o silêncio distanciam-nos de toda a ação do filme, acentuando o impacto do último plano, da fábrica com o fumo. Claro que sim, que tem a ver com a vida e com a morte. A última sequência do cemitério não é um enterro, é o Dia de Todos os Santos e dos Mortos, 1 de novembro, em que as pessoas vão ao cemitério, num ritual com o padre e as flores. A sequência do cemitério também representa o fim da forma de viver em harmonia e o equilíbrio daquela aldeia.


Es una película para ver con los cinco sentidos y cada detalle que captó con la cámara es maravilloso, pero hay algo que me ha llamado la atención y es la forma en la que se acerca a los objetos importantes tales como unas baldas con platos o cuando una de las protagonistas esta con la máquina de coser y vemos incluso los detalles de las hiladas ¿Sabías en que momento acercar la cámara y alejarla? ¿Fue algo premeditado o surgía según grababas las escenas?

É um filme para ver com os cinco sentidos e cada detalhe que captou com a câmara é maravilhoso, mas tem algo que me chamou a atenção e que é a forma como ele aborda objetos importantes como prateleiras com pratos ou quando uma das protagonistas está com a máquina de costura e conseguimos ver até os detalhes das fileiras. Sabia quando aproximar a câmara e afastá-la? Foi premeditado ou surgiu enquanto gravava as cenas?


Os movimentos de câmara de aproximação foram uma escolha minha, foi uma intenção desde o início. Foi a forma que eu encontrei de dar profundidade a uma narrativa distante. Os movimentos de câmara têm de ser sentidos por quem os executa, o próprio ator dá sinais de abertura para uma aproximação. O ideal é quando o realizador e operador estão em sintonia. Poderá haver, e eu já não me lembro quais, que tenham sido iniciativa do próprio diretor de fotografia. Ele tinha a liberdade de o fazer, se o achasse de interesse. A atenção aos objetos é propositada, faz parte da vida daquelas pessoas, é com isso que elas lidam. Os planos de corte são sempre muito úteis na montagem e valorizam o quotidiano.




Me ha llamado la atención lo diferentes que son los dos días en los que se rodó la película. En un primer día vemos como las mujeres van por un lado y los hombres por otro, pero en el segundo día les vemos más interactuar y más la unión de esta aldea. ¿Cuándo empezaste a rodar O Movimento das Coisas quisiste que el espectador viese la vida de los habitantes por separado para luego unirlos?, ¿tuviste en mente esta idea desde el comienzo del rodaje?

Chamou-me à atenção o quão diferentes são os dias em que se rodou o filme. No primeiro dia vemos como as mulheres vão por um lado e os homens por outro, mas no segundo dia vemo-los a interagir mais e a união da aldeia. Quando começou a filmar O Movimento das Coisas, quis que o espectador visse a vida dos habitantes separadamente para depois os unir? Tinha essa ideia em mente desde o início das filmagens?


As mulheres tomaram conta do trabalho, tiveram de resolver os problemas ligados ao trabalho e à vida em geral. Tornaram-se muito autónomas as mulheres do Minho. E quer queiramos ou não, há uma divisão entre os homens e as mulheres, seja ela provocada ou não. No Minho, o facto de os homens terem emigrado, mudou o mundo do trabalho, portanto era assim, não fui eu que quis assim, os homens e as mulheres uniam-se, sim, no cemitério ou nas festas, na vida social do largo da igreja, porque era assim que se passava. Era assim que se estava a passar.



En un mundo rodeado por el ruido, las conversaciones sin mucho que decir y las nuevas tecnologías el poder ver su película con tantos silencios y tantas cosas por hacer se me ha hecho raro, ya que me he maravillado de esos silencios, de contemplar las tareas e incluso volviendo hacia atrás para no perderme detalle.

¿Cree que el silencio está sobrevalorado en estos días?, ¿y cuándo rodó esta película?

Num mundo rodeado pelo ruído, com conversas sem muito a dizer e as novas tecnologias, poder assistir ao seu filme com tantos silêncios e tantas coisas para fazer pareceu-me estranho, pois maravilhei-me com esses silêncios, de comtemplar as tarefas e até mesmo voltar atrás para não perder nenhum detalhe. Acha que o silêncio é sobrevalorizado nos dias de hoje? E quando rodou este filme?


Eu já estava alertada para o ruído das cidades, que é incomodativo, por uma questão de sensibi- lidade pessoal, sempre me incomodou. Além disso, a reflexão exige silêncio, por isso, eu quis frisar isso, a importância do silêncio ligado à reflexão e ao encontro do Homem com a natureza, que também exige silêncio. Hoje em dia já se pode dizer que é prejudicial à saúde.



Has regresado a la aldea en 2015 por un documental que Marta Ramos, Mário Fernandes e José Oliveira filmaron por el 35 aniversario ¿qué sintió al regresar a Lanheses? ¿Qué es lo que más la sorprendió de Lanheses cuando rodó su película y cuándo regresó?

Regressou à aldeia em 2015 para um documentário que Marta Ramos, Mário Fernandes e José Oliveira filmaram para o 35º aniversário. O que sentiu quando regressou a Lanheses? O que mais a surpreendeu em Lanheses quando fez o seu filme e quando regressou?



É verdade que regressei à aldeia, com a Marta, o Mário e o José e mais um grupo de amigos deles. Foi mágico para mim e extremamente emocional quando cheguei ao rio, reencontrar-me com aquela beleza e talvez a memória de sensações fortes que vivi ali, momentos mágicos. Pesso- almente, foi bom, mas sentia alguma tristeza, porque passados tantos anos as pessoas que eu conheci, ou já tinham falecido ou as mais novas tinham partido, tinham ido trabalhar fora como fez a Isabel na época. Nesse aspeto, para mim foi triste, mas a ida lá e o ambiente e a atmosfera que vivi foram muito belos. Houve um comentário muito engraçado da criança que brinca com o cão, que disse que ver O Movimento das Coisas lhe tinha feito muito bem, para ela perceber quão feliz tinha sido na infância. Isso foi um momento bonito e depois a sessão. Como é natural as pessoas ficam a tentar adivinhar quem é este, quem é aquele. Por isso, gostava um dia de oferecer uma cópia em condições a Lanheses, ainda o irei fazer, de certeza.


Otra de las cosas que me ha llamado la atención de O Movimento das Coisas es como muchos de los personajes que aparecen en la producción como es el caso de Isabel tienen sueños, pero no los suelen decir en voz alta y si lo hacen con casi desconocidos, como cuando va al mercadillo y el que le atiende le habla del ajuar.

O como no hablan con otros vecinos salvo como por cordialidad aunque todos se conocen ¿Quisiste que el espectador se imaginase la vida de Isabel o del resto de personajes? (para no darlo todo por sentado y dejar espacio a la imaginación...)

Outra das coisas que me chamou a atenção n’O Movimento das Coisas é como muitas das personagens que aparecem na produção, como é o caso de Isabel, têm sonhos, mas não costumam dizê-los em voz alta, e se o fazem é com quase desconhecidos, como quando vai ao mercado e quem atende fala do enxoval. Ou porque não conversam com os outros vizinhos a não ser cordialidade, embora todos se conheçam. Quis que o espectador imaginasse a vida de Isabel ou do resto das personagens? (para não tomar tudo como garantido e deixar espaço para a imaginação…)


É verdade que o filme é menos falado do que muitas pessoas gostariam que fosse, mas eu não iria suportar más interpretações, é uma coisa que me choca, um filme mal interpretado a nível dos diálogos ou até da voz off. Por isso, eu tentei com a imagem transmitir o máximo possível, sem necessitar de usar a palavra. Por isso, pode-se dizer que também há um aspeto de defesa da minha parte, ao não pôr as pessoas a falar tanto. Sinto que encontrei uma coerência entre esse silêncio e todo o filme, a mim não me choca o silêncio do filme, antes pelo contrário. Prefiro o silêncio ao falso. Eu não tive tempo com o orçamento que tinha para ficar, conseguir estabelecer uma ligação com a população de forma a construir diálogos que parecessem naturais e tivessem algum sentido. Isso exigiria, penso eu, que viver três, quatro meses por lá, pelo menos. Para conseguir escrever qualquer coisa de interessante com as pessoas, porque tinha de ter a aprovação delas, tinha que ensaiar, tinha que experimentar, e isso leva muito tempo. O silêncio das personagens permite ao espectador intensificar o uso dos outros sentidos, é mais uma forma de nos aproximarmos delas.




Me he enamorado de la fotografía de la película y de como es capaz de ser una protagonista silenciosa de esta película. Por la fotografía podemos saber si es de día, mediodia, si es de tarde ¿Cómo fue trabajar con todas estas clases de luces naturales? (ya que parecen un personaje silencioso, pero que nos marcan los tiempos de las actividades de los personajes, de las comidas, cenas…. Etc.

Apaixonei-me pela fotografia do filme e como consegue ser uma protagonista silenciosa deste filme. Pela fotografia podemos dizer se é dia, meio-dia ou se é tarde. Como foi trabalhar com todo este tipo de luz natural? (já que parece uma personagem muda, mas que nos marca os horários das atividades dos persona- gens, almoços, jantares, etc…)


Exatamente, em toda a sequência teve que haver um grande jogo para coordenar as horas do dia com as refeições, ainda por cima estava um clima, que às vezes estava sol, outras vezes estavam nuvens, por isso, é verdade que foi difícil conjugar sequências e clima. Eu pedi várias vezes ao Gerard para me fazer só céu e nuvens e ele desvalorizou. Mais tarde pediu-me desculpa, mas que a meu ver até teriam dado uma maior dimensão, mais céu, a passagem do tempo e as nuvens e até resolvia as passagens na montagem de sol para sombra. Ainda assim, a luz foi muito trabalhada pelo Gerard, que trouxe muito material, filtros pessoais, etc…

En toda la película la cámara parece invisible a los ojos de todos los personajes y del pueblo, salvo en dos ocasiones como lo son la misa y el entierro en el que varias personas miran directamente o de soslayo a la cámara. No sé si es porque se sorprendieron que estuviese ahí o por instinto. ¿Dió algunas instrucciones?

Ao longo do filme, a câmara parece invisível aos olhos de todas as personagens e das pessoas, exceto em duas ocasiões, a missa e o funeral, em que várias pessoas olham diretamente ou lateralmente para a câmara. Não sei se é porque ficaram surpreendidos que ali estivesse ou por instinto. Deu alguma instrução?


O olhar diretamente a câmara… há um plano que é de propósito, que é quando a mulher que faz o pão, quando termina de o fazer, sobe as escadas e bebe uma malga de vinho e olha para a câmara, isso é de propósito. É uma cumplicidade com o espectador, quando bebe a taça de vinho, terá outros simbolismos… Em relação aos que aparecem no cemitério ou na missa, que olham a câmara, mesmo a Isabel, também há um momento, são involuntários, aconteceram. E não quis retirar, porque não achei necessário. O plano da mulher que bebe o vinho e olha a câmara devia ter mais alguns fotogramas, ainda assim.



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